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Inspector da Polícia mata filha por causa do comando da TV


Segundo o irmão da vítima, de 25 anos, o pai ficava estressado com as crianças por coisas pequenas como, por exemplo, pelo comando do televisor e, às vezes, por não lhe darem um copo com água. Enervava-se facilmente e já tem “prometido” dar tiro a alguém de casa


O inspector, José Armando Mateus da Rocha, que actua na 5ª Esquadra do Kilamba Kiaxi, tirou a vida da própria filha, de 13 anos, na noite de Sexta-feira,14, no Palanca, supostamente por causa da guarda de um controlo remoto (comando) de TV.

O facto aconteceu depois do jogo da Liga dos Campeões, entre o Barcelona e o Bayern do Munich, tendo a equipa pela qual o inspector torce (Barcelona) perdido a partida. Terminado o jogo, o seu filho de 16 anos foi acompanhar os amigos, com quem assistia ao jogo.

Postos no fim da rua, isto é, dez minutos seguidos, ouviram um disparo vindo de casa. “O meu irmão de 16 anos encontra o caçula a tentar socorrer a irmã que acabava de ser baleada. Enquanto isso, o pai estava de lado a fumar.

Por ser fumante, penso que isso lhe estava a deixar mais calmo”, detalhou o irmão mais velho da vítima, de 25 anos, que não aceitou ser fotografado, preferiu o anonimato e, gentilmente, pediu à equipa do jornal O PAÍS que não exibisse o rosto da sua irmã.

Visivelmente triste, o interlocutor explicou que quando o jogo terminou, o irmão caçula trocou de canal. O pai chegou e pediu para colocar um programa que ele queria acompanhar. O caçula tentou livrar-se do controlo remoto, entregando-o à irmã, de 13 anos. Neste momento, o pai “partia para cima” do pequeno.

A vítima, que intrometeu-se na agressão para acudir o seu irmão caçula, acabou por enervar o progenitor, e este por sua vez que reagiu fazendo um disparo. A adolescente perdeu a vida no hospital.

“Segundo a médica, ela foi baleada no abdómen e na cabeça, mas não se sabe ao certo se foi uma bala que acabou por atingir simultaneamente os dois pontos, porque ouviu-se apenas um tiro”, disse.

O jovem descarta a possibilidade de o pai ter-se irritado devido à derrota da sua equipa, afirmando que por mais que pareça uma coisa sem nexo, ele brigava com as crianças por coisas pequenas como, por exemplo, pelo comando do televisor e, às vezes, por não lhe darem um copo com água.

Inspector ameaçava a família com arma

“O pai irritava-se constantemente e usava a arma em casa com alguma frequência. Ameaçava dizendo que iria dar tiro. Penso que ele já não esteja bem psicologicamente. Ainda na semana passada, estava embriagado e quis sair à noite, com muito dinheiro. No sentido de impedimo-lo de sair, trancamos a porta, e ele estava para dar tiro à fechadura, para evitar, abrimos o portão e deixamo-lo sair”, descreveu o comportamento do pai.

Acrescenta ainda que nas semanas anteriores, o pai ameaçou dar tiro à mãe por causa de 5 mil Kz. Outras vezes as ameaças eram dirigidas à irmã mais velha e também às crianças de casa.

Paradeiro do agressor

Os irmãos da vítima foram ao posto de trabalho do pai, numa base do SIC, nas proximidades da residência, com o objectivo de falarem com ele e um dos tios, irmão do acusado, que também é da Polícia, este que os recomendou a não falar com o mesmo e esperarem outro dia.

“Voltamos à casa e até agora não recebemos nenhuma informação sobre a situação do pai. Ele foi levado à esquadra, por dois irmãos seus, onde ele trabalha, o que não seria o conveniente.

E ontem quando o vi, não estava encarcerado, mas sim sentado na sala de trabalho”, disse o filho.

A malograda

O entrevistado descreveu a malograda como a “jóia de casa” e até ao momento da sua morte, como uma menina incrível. Viam um futuro muito promissor para ela, que era a mãe de casa, na ausência da mãe. Era a única filha que tratava o inspector por ‘papá’, quando os outros o tratam por “mano”.

Polícia confirma ocorrência e decorre o processo-crime

O porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, Nestor Goubel, disse a este jornal que a Polícia Nacional tomou conhecimento, na Sexta-feira, por volta das 20h e 45 minutos da ocorrência, “resultante de um problema familiar”.

“Presume-se que o oficial estava sob efeito de álcool e, naquela troca de palavras, o indivíduo dispara um tiro mortal contra a criança de 13 anos. Segunda-feira, provavelmente, será apresentado ao Ministério Público”, disse.

Quanto ao facto de o mesmo estar retido na esquadra onde trabalha, disse que esse procedimento não é errado porque ele apresentou-se voluntariamente, tendo em conta que é militar e, muitas vezes, é aconselhável para a protecção do próprio indivíduo.

Fonte: O País

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